quinta-feira, 14 de abril de 2016

Carta de São Geraldo Majella para uma Noviça tentada a deixar a vida religiosa

Carta de São Geraldo Majella para uma Noviça tentada a deixar a vida religiosa

(Obs. Blog: Também serve para os jovens que desejam seguir a vida religiosa)

   “Minha irmã em Jesus Cristo!
     Posso dizer-vos em nome de Deus: permanecei em santa paz; essa tempestade não é nada senão obra de Satanás que vos quer ver longe desse lugar sagrado!      Minha filha, ficai alerta porque o tentador invejoso arma as suas ciladas; não gosta que ai estejais e quer obstar à vossa santificação. Quanto a vocação todos nós temos sofrido tentações, que Deus permitiu para provar a nossa fidelidade.
     Alegrai-vos pois e oferecei-vos a Deus sem re-serva, e ele vos ajudará. Como poderíeis esquecer as belas resoluções, que tomastes de pertencer inteiramente a Jesus Cristo como sua fiel esposa? Se antes tanto desejáveis merecer esse honroso nome, porque é que agora quereis rejeitá-lo?

     Minha irmã, quem senão Deus vos poderá dar paz? O mundo terá acaso contentado jamais algum coração? satisfeito o de alguma princesa, rainha ou imperatriz? Nunca se ouviu dizer isso, nenhum livro o menciona; o que sabemos do mundo é que ele semeia espinhos e cardos nos corações dos seus sequazes, e que os mundanos por ricos, distintos e alegres que pareçam, são atormentados e crucificados em seu interior. Que devo eu dizer? Quisera que falásseis com o homem mais feliz do mundo, para verdes o que na realidade se passa em seu coração apesar de todo o brilho exterior; crede-me, que tenho experiência, coisa enfadonha é a vida no mundo. Deus vos livre disso, minha irmã.


     Deus tem boas intenções a vosso respeito e por isso permite a tentação, para provar a vossa fidelidade! Coragem, pois; reprimi nobremente a tentação, declarando-vos sempre esposa de N. S. Jesus Cristo. Que sorte feliz a de uma esposa de Cristo! Ela possui a plenitude da sorte, da paz, do sossego, de todo o bem. Que são os bens passageiros e fictícios do mundo em comparação com a felicidade eterna de uma alma desposada com Cristo no Céu! Não digo que não se salva quem vive no mundo, mas asseguro que no mundo se está sempre em perigo de naufragar e que lá ninguém pode santificar-se tão facilmente como no convento.
     Meditai na brevidade do tempo e na duração da eternidade e considerai que aqui tudo é passageiro. Com a morte acabam-se as coisas do mundo. Que adianta apoiar-se em coisas que não têm firmeza? Tudo o que não conduz a Deus é vaidade, que não tem valor para a eternidade. Infeliz a alma que confia no mundo e não em Deus!

     Ide, Irmã, à cripta, onde estão os ossos das muitas religiosas falecidas em vosso mosteiro e meditai no que teriam elas ganho se fossem distintas damas no mundo. Oh! quanto lhes valeu ter vivido pobres, mortificadas e encerradas nesse mosteiro! Talvez tenham sofrido muito, mas em compensação que paz não terão sentido na hora da morte dentro da casa de
Deus! Todos desejam ser santos na hora da morte; mas será tarde, pois que lá só se encontra o que se tiver feito por Deus.
     Mesmo se a tempestade ainda não se acalmar em vosso coração, confio inabalavelmente e espero da SS. Trindade e da minha Mãe Maria, que em vosso convento haveis de ser uma santa. Fazei o possível para que eu não me iluda. Esmagai a cabeça do monstro infernal, que vos quer expulsar do lugar santo; desprezai-o; dizei-lhe que sois uma esposa de Cristo que ele tremerá. Coragem, amai a Deus de todo o vosso coração, entregai-vos inteiramente a ele e fazei que o monstro desapareça! Rezai por mim como eu faço por vós”.


     Essas palavras insistentes e paternais surtiram efeito. A moça, a quem foram dirigidas, superou felizmente todas as insinuações do demônio e começou com coragem varonil a galgar a montanha da perfeição. O servo de Deus exultou de prazer ao ouvir que a noviça professara, sentindo-se muito feliz em sua vocação. De Nápoles, onde estava, escreveu-lhe:

   “Prezadíssima irmã em Jesus Cristo.
     Vossa carta consolou-me com a notícia da vossa profissão. Glória a Deus e a vós também!      Agora que tivestes a graça de vos consagrar inteiramente a Deus pelos santos votos, estais exaltada como nunca: sois uma esposa de meu Senhor. Sereis feliz se sempre meditardes a sublimidade da vocação, se vos humilhardes sempre diante de Deus e vos esforçardes por conseguir a perfeição que de vós exige o vosso sublime estado. Considerai os favores que recebestes e rendei graças à bondade divina todas as manhãs. Eia, tornai-vos uma grande santa, pois que tendes ocasião para isso. Rezai sempre por mim e pedi-lhe que me torne santo”.

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