terça-feira, 3 de novembro de 2015

São Tirso Mártir - 28 de Janeiro


SÃO TIRSO MÁRTIR - 28 DE JANEIRO


     No século III, viveu no médio oriente, Tirso que deixou o seu testemunho de fé, assinalado pelo martírio. Terá nascido em Cesareia e martirizado em Apolónia, na Bitínia. O antigo martirológio romano assinala a memória de Santo Tirso em 28 de Janeiro, juntamente com os companheiros de martírio, Lêucio e Calínico e outros convertidos que, por ordem do imperador romano Décio, na perseguição aos cristãos do ano de 250, depois de muitos tormentos, foram degolados. 
     
     Um dos oficiais do imperador apresentou-se em Cesareia da Bitínia para executar o edito promulgado contra os cristãos. Lêucio, um dos principais do lugar, aproximou-se dele e enfrentou-o, reprovando-lhe a devoção aos ídolos. Imediatamente foi castigado por isso, com toda a espécie de tormentos e, por fim, decapitado. Quando o oficial se ia embora, ergueu-se um lutador célebre, chamado Tirso. Pasmado com audácia de Lêucio, enfrentou o governador e censurou-lhe a idolatria. Não suportando o atrevimento, o governador, imediatamente o entregou aos verdugos. Foi torturado com correias finas que lhe apertavam mãos e pés e os polegares com violência. Mas Tirso manteve-se sereno e zombava dos próprios algozes e do governador, de tal modo que, enfurecidos, lhe arrancaram as sobrancelhas, a fim de que todos se rissem dele, pela estranha figura em que ficou. Como a tudo resistisse valorosamente, sentiam-se frustrados. 

     Por isso, não conseguindo atingir os seus propósitos, o governador ordenou que lhe cortassem as mãos e o açoitassem sem piedade e lhe lançassem chumbo quente e derretido. Tirso confiou e encomendou-se a Deus com fervorosa oração que Deus veio em seu auxílio e o chumbo caído nas suas carnes, evaporando-se, caiu sobre os seus inimigos. Depois disso, atormentaram-no com ferros afiados, rasgando as suas carnes e retalhando os seus membros. Implorando o Senhor, logo desceu um clarão do céu que o envolveu e uma voz celeste o confortava e incitava a sofrer.

     Nisto, tremeu a terra e o lugar onde estavam. Mesmo assim, Cobricio não se importunou e considerou ser um mero efeito de artes mágicas. Então enviaram-no preso para Nicomedia e Cobricio foi substituído por Silvano. Nessa noite, apareceu-lhe um anjo que o curou e o libertou das correntes, encaminhando-o ao lugar onde se escondia o santo bispo Biseas, a fim de satisfazer o desejo de ser batizado. Depois de batizado, voltou a ser preso e Silvano ordenou que o levassem ao templo de Apolo para sacrificar aos deuses. Porém, orando a Deus, o ídolo caiu e esfrangalhou-se em pedaços. Ora, um grande sacerdote dos ídolos, chamado Calínico, que aí residia, converteu-se e foi decapitado com outros quinze sacerdotes que seguiram o seu exemplo. O novo governador ficou furioso e mandou que trouxessem uma tina de água e nela afogassem a cabeça de Tirso, enquanto outros o chicoteavam e açoitavam cruelmente, para que deixasse de blasfemar contra os deuses. Mas, como tudo suportasse com paciência e serenidade, foram buscar uma roda com dentes agudíssimos, como navalhas, para o triturar. Silvano, entretanto morreu, em castigo da sua crueldade.

      Tirso foi levado para Apameia e daí para Apolónia. Veio Asclepio, com a intenção de continuar e redobrar a tortura. Morreu também na noite seguinte. Mas a terra recusou também receber aqueles corpos de cruéis e brutos tiranos e lançou-os fora das sepulturas. Mas Tirso, com o poder da oração, não consentiu, à terra, tal disposição. Veio outro governador, chamado Bando, e continuou a mesma crueldade. Com o intento de pôr fim à vida de Tirso, mandou que o lançassem às feras. As feras, entretanto aproximaram-se dele e nem sequer o beliscaram, antes, reverenciando, se acomodaram com brandura, junto dele. 

     Nada conseguindo, o governador ordenou que o serrassem a meio. Tal operação foi muito demorada, porque o ferro não queria entrar naquelas carnes, por mais força que o verdugos empregassem. Então, Tirso, entregou com alegria a alma a Deus que sempre o ouvira e lhe dera tanta força e coragem para suportar todos tormentos. Morreu em 28 de Janeiro de 254, em Apolonia do Ponto, para onde tinha sido levado. O Martirológio Romano faz memória dele neste dia, com os dois mártires que com ele padeceram, Lêucio e Calínico e todos os outros martirizados. Nos finais do séc. IV foi trasladado de Apolonia a Constantinopla. O seu culto divulgou-se no Ocidente. O martirológio romano antigo marcou a sua memória para 28 de Janeiro.